Em 1956, alguns meses antes de publicar Grande Sertão: Veredas e dez anos depois de sua estreia literária, João Guimarães Rosa lançou Corpo de baile. A obra, dividida em dois volumes, já continha as sete novelas, mais tarde redistribuídas em três livros: Manuelzão e Miguilim, No Urubuquaquá, no Pinhém e Noites do sertão. A partir de então, os três livros vêm sendo reeditados separadamente, com o título que os unia figurando apenas como subtítulo. Agora, para comemorar os 60 anos dessa concepção grandiosa do autor mineiro que transformou os campos gerais num palco em que bailam personagens, paisagens e sonhos, a Nova Fronteira apresenta todo o seu Corpo de baile reunido novamente num belo e exclusivo boxe de luxo. Manuelzão e Miguilim Este livro é composto por duas novelas, Campo Geral e Uma estória de amor (festa de Manuelzão), que de certa forma se complementam apresentando as duas pontas da existência humana: a infância de Miguilim, marcada pela descoberta constante e por vezes dolorosa do mundo; e a velhice do vaqueiro Manuelzão, um relembrar também por vezes doloroso do que é a vida, como se, de tão acostumado a ela, houvesse esquecido sua dinâmica e voltasse a se deparar com a sua espantante novidade. No Urubuquaquá, no Pinhém No Urubuquaquá, no Pinhém é composto por três novelas, cujos personagens principais são idosos, com uma percepção que transcende o habitual: Gorgulho, o velhote esquisito e solitário de O recado do morro, ouve um enigma a ser repetido, divulgado, transformado; Cara-de-Bronze, paralisado pela doença, entra em contato com a poesia das paisagens e dos lugares de sua origem pelas palavras de outros vaqueiros; Dona Rosalina, a Lina de A estória de Lélio e Lina a quem, pela leveza dos gestos e o brilho da voz, Lélio confunde com uma mocinha apanhando gravetos na estrada, partilha com o jovem sua sabedoria a respeito das coisas do amor. Noites do sertão.