Uma longa permanência em uma escola pública de primeiro grau desvenda os meandros da produção das dificuldades de escolarização que atingem grande parte das crianças brasileiras das classes populares. De um lado, uma escola, via de regra, precária como instituição de ensino; do outro, alunos vistos pelo filtro do preconceito racial e social de profundas raízes culturais; no meio, educadores desrespeitados pela política educacional e, em geral, informados por pseudo-conhecimentos científicos que inculpam os pobres pelo fracasso da escola. A escola não aceita a criança como ela é a criança não aceita a escola tal como ela funciona. Eis o desafio sobre o qual a autora estimula a pensar e com este livro.