O Arcadismo brasileiro, movimento de tendência cosmopolita articulado à expansão da cultura urbana em Minas Gerais, e secundariamente no Rio de Janeiro, é analisado aqui de forma original. Ao contrário do enfoque predominante em nossa historiografia literária, o autor estuda a produção de Tomás Antônio Gonzaga e os demais neoclássicos brasileiros, colocando-a em conexão estreita com a literatura feita em Portugal. Para Jorge de la Serna, o enfoque circunscrito apenas ao ambiente literário brasileiro representa a manutenção da visão promovida pelo nacionalismo dos românticos, interessado em descobrir naqueles uma originalidade maior do que atesta a história, para assim acentuar a diferença em relação à antiga metrópole. Este livro nos mostra que a Arcádia brasileira foi, em toda a sua riqueza e contradições, um movimento simultaneamente transformador e tradicionalista, vinculando-se ao Iluminismo do século XVIII e recuando também ao passado literário português.