Novamente recebo o privilégio, concedido pela LTR Editora e pela pessoa responsável pela criação da obra, de tecer alguns comentários acerca de um novo trabalho de um novo valor da doutrina trabalhista brasileira. A autora, a minha querida ex-aluna dos cursos de graduação e de mestrado em Direito na Faculdade de Direito do Recife (UFPE), Fernanda Barreto Lira, sempre demonstrou uma qualidade ímpar enquanto estudiosa, antes como aprendiz, agora como mestra. Destacou-se em todas as atividades acadêmicas, demonstrando desde cedo uma sede insaciável pelo conhecimento jurídico. Uma digna representante moderna da antiga Escola do Recife. O livro de sua autoria, fruto do aperfeiçoamento da sua dissertação de mestrado, trata do tema da greve, velho conhecido do Direito do Trabalho, sobretudo de sua vertente coletiva. Todavia, propõe-se a uma abordagem mais abrangente do assunto, a partir do reconhecimento prévio de que a real compreensão do complexo fenômeno social demanda um estudo que perpassa o Direito, sem a ele se limitar; buscando, outrossim, recursos teóricos no pensar sociológico, histórico e político que se debruça a compreender o impacto e os resultados sociais que a greve veio a desencadear. A partir desse norte, foi percorrido um itinerário de pesquisas, cuja primeira parte se realizou por meio do resgate da história do movimento; afinal, sem a compreensão do seu nascedouro, as suas interligações e os seus respectivos desdobramentos decerto seriam apenas parcialmente apreendidos. Neste estudo, incluiu-se também a investi-gação acerca da origem dos sindicatos, bem como as ideologias políticas que serviram de inspiração ao movimento gregário de sindicalizar-se, isso porque essas organizações de trabalhadores são a conseqüência e a consolidação da união que promovia as greves.