Marcelino, jovem pescador descendente de guaranis, africanos e açorianos, é arrancado de seu vilarejo no sul do Brasil e levado à antiga Capital Federal, onde descobre o sexo e é enredado nas tramas políticas do Estado Novo. O belo cafuzo, cercado por peixes e pássaros, traça o caminho do herói em meio aos prazeres e à violência do país em construção. A abrupta transposição do isolado ambiente praiano — com suas tradições açorianas e caiçaras — para a cena fervilhante do Rio de Janeiro às vésperas da entrada do Brasil na Segunda Guerra confere ao personagem Marcelino tanto densidade psicológica quanto carga simbólica, ao incorporar as contradições de uma nação desigual que tentava forjar uma identidade comum.