Em 1817, a jovem Leopoldina, descendente dos Habsburgos, uma das mais importantes famílias da nobreza européia, desembarcava no Rio de Janeiro, onde lhe esperava o seu marido, D. Pedro, com quem ela havia se casado por procuração, ainda em Viena, na Áustria. Era o primeiro encontro dos dois. A jovem, cheia de sonhos, criada na mais completa lealdade aos ideais absolutistas, sabia que, além do amor que já sentia pelo jovem português, teria uma missão a cumprir naquela terra nova, sem o glamour das cortes da Europa. Meu destino é o Brasil, e cumprirei com prazer o mais rápido possível, escreveu numa carta à sua irmã Maria Luísa, que havia sido esposa de Napoleão Bonaparte. As cartas desta jovem princesa austríaca que, em solo brasileiro, acabou tendo um papel fundamental no episódio da Independência, surgem agora reunidas no livro Cartas de uma imperatriz, que será lançado no dia 27 de setembro, das 18h30 às 21h30, na Livraria da Vila. Durante o lançamento, haverá um debate com a presença dos historiadores André Roberto de A. Machado, Andréa Slemian, István Jancsó e da psicanalista Maria Rita Kehl, que assinam alguns dos ensaios incluídos no livro. O tema desta mesa será a participação de Maria Leopoldina, como ela passou a assinar seu nome depois de sua chegada aqui, na jornada da independência brasileira. O livro reúne 315 cartas, que foram selecionadas a partir de um universo pesquisado de 850 peças em arquivos brasileiros, austríacos e portugueses, e cinco ensaios abordando o período histórico no Brasil e na Europa, a formação intelectual e moral de Leopoldina e a sua participação nos rumos da vida brasileira no começo do século XIX. Os historiadores István Jancsó e André Roberto de A. Machado, em Tempos de revolta, tempos de revolução,