As personagens, através deste livro, transparecem um grande pudor por estar diante do outro, estabelecendo-se sempre um embate de egos blindados em suas existências 'auto-suficientes,' tidas como naturais ou normais. Cancello expõe essas obsessões, que vão do apego a um sistema de funcionamento de uma casa, expresso no modo de usar as toalhas, de pôr o papel-higiênico em seu local de uso, o modo de cortar as unhas ou pêlos do nariz, o modo de escolha de senhas para uso no computador, a preocupação com a proteção através de telas nas janelas, o uso peculiar de uma mantegueira e até a obrigação de ter que tentar entender o outro para escolher um presente...