Se na Grécia Clássica os "loucos" eram tidos como aqueles que enxergavam além dos homens "normais" e por isso representavam papéis essenciais nas tragédias e na mitologia , na nossa sociedade se dá o contrário: quem não é considerado mentalmente é segregado, como se suas experiências não tivessem valor. Saúde mental e memória: o teatro dos Andarilhos Mágicos parte das experiências do grupo teatral criado por Raffaele Infante com pessoas em sofrimento psíquico do Instituto de Psiquiatria da UFRJ, em 1992, para investigar como a criação artística pode mudar nossos preconceitos em relação à memória e à loucura. A obra da pesquisadora Lucrecia Corbella, na época integrante da trupe teatral, analisa de que modo a concepção tradicional que temos da memória como cristalizada e a definição de loucura pela psiquiatria podem ser questionadas e ressignificadas.