“O processo de reforma e reorganização da Igreja no Brasil (1844 – 1926)” é fruto de uma pesquisa de vários anos, em que o autor, a partir da análise da farta documentação disponível em vários arquivos e bibliotecas da Europa e do Brasil, levou a cabo um estudo detalhado e científico sobre o argumento em pauta. O resultado final demonstra que, entre outras coisas, o Brasil independente não só deu continuidade à precedente política regalista de inspiração pombalina, como enrijeceu o cerceamento da atividade eclesiástica e religiosa no país. A reação do clero “ultramontano” a tal sistema redundaria na célebre “questão religiosa” que, ao contrário de quanto geralmente se afirma, manteve vivo um clima de suspeitas recíprocas entre o Trono e o Altar até a Proclamação da República em 1889. Tal situação explica a inusitada aceitação da secularização do Estado decretada em 1890, a qual, longe de provocar atritos entre as partes, acabou portando a uma “colaboração” recíproca. Assuntos conexos, como a reestruturação eclesial acontecida no período sucessivo, a tácita aliança entre clero e governo no tocante às missões, a problemática da “europeização” do clero e outras mais tornam a obra instigante e realmente indispensável. Sobre o autor: Frade da Ordem dos Servos de Maria (“Servitas”), Frei Dilermando Ramos Vieira atualmente exerce a função de professor de História da Igreja na Pontifícia Faculdade Marianum de Roma.