'A perspectiva original de abordagem da televisão', em especial, da transmissão direta, que Yvana Fechine assume neste livro é que o sentido de presença midiática emerge da correspondência entre temporalidades vividas pelo sujeito. Assim, a duração do discurso da TV é explorada como correlata à duração dos fatos do mundo. Destinadores e destinatários são sintonizados no desenrolar dos acontecimentos que funcionam como o espaço comum de suas interações. Produzem-se aí efeitos de contato entre os sujeitos e entre o sujeito e o mundo. Nessa situação de transmissão, que inclui produção e recepção, o universo televisual e o extratelevisual se vinculam, a TV torna-se uma instância de organização do cotidiano. Para compreender os processos de significação nesta e em outras mídias é necessário também uma semiotização do vivido.