Este livro é resultado do seminário de Colette Soler entre 2014 e 2015, onde ela desenvolve a questão da identidade a partir da pergunta que se faz o sujeito: Que sou eu? O sujeito está sempre por vir, buscando-se pela fala algo que possa ser sua identidade, e justamente na fala ele não é identificável. Um paradoxo que a autora trabalha com afinco.Na psicanálise, o sujeito que é convocado a "se dizer", é, por definição, em falta de identidade. "Que sou?" é a sua questão, mas, sendo somente representado por suas palavras, seu ser está "sempre alhures", em outras palavras, por vir. Paradoxo, portanto: busca-se pela fala a identidade de um ser que não é identificável na fala. Não importa que ele tenha um corpo e que seja tomado por distúrbios que a psicanálise, de Freud a Lacan, identificou muito bem e que, não por acidente, se nomeia como repetição e sintoma, e que desloca a questão da identidade porque Um real aí está em jogo.