Um não lugar, escuro, negro de fumo. Sem luz, sem tempo, espaço mínimo, mas sem limites. Só o frio, sem frio demais. Uma cadeira e uma mesa. Nada a fazer, a não ser escrever. Porém, nada como não esperar, diz o Narrador. O ruído da escrita, o raspar da caneta no papel, é o único sinal de vida aparente, mas que não se escuta. O resto, tudo é incerteza. Impossível ver a página em branco ou a página escrita. Pura negatividade. Mesmo assim, o livro se escreveu e se salvou não se sabe como, nem por quem ou quando. [M. A. Amaral Rezende]