Para Nietzsche, o tempo não só e dotado de realidade, mas a realidade é, em sua totalidade, temporal. Através da experiência do pensamento e dos sentidos, torna-se evidente que o vir-a-ser tem preponderância; sobre a permanência enquanto a permanência é um resíduo psicológico projetado sobre a realidade, a mudança se impõe de forma premente. Mas não se trata tão somente de reerguer, sob uma ótica invertida, a antiga disputa entre ser e vir-a-ser. Pois se há apenas o vir-a-ser, deve-se a ele imputar caráter de ser, uma decisão pioneira que acena para um novo rumo nas discussões acerca do problema do ser.