A "comida de rua" pode ser considerada uma realidade de dupla face: por um lado alimenta e nutre, por outro, absorve um crescente número de trabalhadores, satisfazendo duas grandes necessidades do mundo atual: alimentar a população a um baixo custo e empregar trabalhadores. Constitui fonte constante de preocupação das Políticas Públicas de Saúde na área de Vigilância Sanitária, em decorrência da exposição crescente de doenças veiculadas por alimentos. Estudos como os presentes, que mostram as diferentes faces desse fenômeno, investigando o conjunto de atores que nele se insere, os cenários que o compõem, a legislação correspondente, as instituições que dele participam, apontando perspectivas de grandes soluções, revestem-se de importância para todos aqueles que estejam envolvidos com o tema. Permite ao leitor compreender como se dá a relação entre lógicas tão diferentes, como as que se estabelecem entre os trabalhadores que lidam diretamente com a produção desses alimentos e os "sujeitos sanitários" que atuam nas instituições públicas de controle, sejam eles representantes do poder público ou pesquisadores que discutem o tema.