O espaço vem se tornando cada vez mais o meio de reprodução das relações sociais; sendo hierarquizado, objeto de investimentos públicos e privados, reserva de valor ou mesmo deixado ao acaso e abandonado. Além de ser lugar da reprodução, é também lugar da contestação, do encontro, da rebeldia, da ação. E aqui estamos diante de grandes tensões, contradições; ou seja, se é no espaço da vida cotidiana que percebemos e vivemos o dia-a-dia, é nele também que os especialistas concebem seus projetos e os põem em curso à revelia dos habitantes do lugar. Se o fenômeno urbano tomou o planeta, se vivemos uma sociedade urbana (e não nos referimos apenas ao domínio edificado, mas ao conjunto das manifestações de hegemonia do urbano sobre o rural), atualmente experimentamos um processo de metropolização do espaço; ou seja, trata-se da transcendência das características metropolitalinas a todo o espaço. Nesse sentido, grandes mudanças podem ser observadas, tais como: crescimento e intensificação dos fluxos imaterias, de pessoas e de mercadorias; cada vez maior utilização de tecnologias de informação e comunicação; e grande variedade de atividades econômicas com maior concentração de serviços de ordem superior. Não nos resta dúvida de que as estratégias de gestão territorial são também atingidas por tal processo. Nessa seara, é preciso pensar em políticas públicas, questionar a política pública, pensar em outras formas de gestão e planejamento, pensar em como viabilizar formas de autogestão.