A menina era a própria encarnação da preguiça: desde o ventre da mãe até a idade adulta, tudo nela era lento, desanimado, modorrento. A gravidez demorou sete anos e sete meses; ela nasceu na noite de São João, a mais longa do ano; aprendeu a falar aos dez anos; para aprender as letras do alfabeto, por exemplo, demorou vinte e seis meses... Essa condição acabou por contaminar o pai e a mãe, levando-os a uma importante constatação. Prosa poética da melhor qualidade, carregada de reflexões sobre a vida, o ser humano, o estar no mundo, marca registrada do autor.