Poeta Sem Talento A frivolidade está sempre presente, cabe a mim olvidar meus parcos. Não me engano, sou rude, raso, singular, vago e muito escasso, à deriva, em frágil barco, sem perder a pose, em vil torrente. Nas veredas da vida firmei meu passo, não sou dotado de plena vaidade, embora não negue pingo de soberba, sou franco, honesto de verdade, tenho muita pouca humildade. Não desejo lustro, sou indiferente. Rabisco meus escritos só e, no sossego, faço do verso mensagem de riso ou lamento, canto alegre ou triste chamego. Sou apenas um poeta sem talento.