Um tema candente para o momento da agenda política brasileira, eivado de propostas de reformas nas relações entre governo e sociedade, principalmente nas redefinições do papel do Estado na produção de políticas públicas e sociais. O autor, professor Ari de Abreu Silva, há mais de duas décadas vem exercendo atividades de docência e pesquisa em Ciência Política. Membro permanente do colegiado do Programa de Pós-Graduação em Antropologia e Ciência Política da Universidade Federal Fluminense, é doutor em Economia e mestre em Ciência Política, com graduação em Ciências Sociais. Suas atividades de pesquisador voltaram-se, amiúde, para a investigação das políticas governamentais, notadamente das políticas sociais. A predação do social reflete uma trajetória intelectual preocupada com a racionalidade na alocação dos recursos públicos no Brasil. Assim, operando o conceito de rent-seeking, termo cunhado no contexto acadêmico norte-americano pela economista Anne O. Krueger, o professor Silva testa algumas importantes hipóteses sobre processos predatórios da renda governamental, relacionando-os com a teia institucional e decisória que os produziu. Para tanto, analisa detidamente os meandros da política sanitária brasileira na primeira metade dos anos 1990, no sentido de responder à questão do por que a política da saúde, no Brasil, tem-se caracterizado por um alto grau de ineficiência, dissipação de recursos, enfim, pela predação da renda governamental naquele setor e, sem generalizações exageradas, também em outras políticas. O livro, portanto, destina-se a profissionais de diversas áreas: cientistas políticos, antropólogos, profissionais de saúde pública e de assistência social, servidores públicos e, sem dúvida, a políticos profissionais, do legislativo e executivo, além de juristas preocupados com a res publica.