Os textos que compõem esta coletânea encontram sua unidade na proposição historiográfica, em sua face teórica e aplicada. A diversidade fica por conta da temporalidade de sua escrita, ao longo de duas décadas; de contemplarem reflexões focadas num só autor, ou numa determinada temática em torno da qual se arregimentam vários autores. O livro é um convite ao diálogo, a busca de uma síntese que enleie velha e nova história numa urdidura criativa; um reencontro entre o econômico e o cultural, infenso a determinismos; a procura de uma história aberta e integradora. Parte-se de dois textos teóricos voltados a esta questão, enfocando-a via reflexão analítica centrada no fazer historiográfico. Seguem-se aplicações práticas dos procedimentos preconizados, assumindo-os como um caminho, um método, não uma camisa de força.Se a História é, em sua acepção mais elevada, a consciência crítica da experiência social, a historiografia acaba por ser a consciência crítica da própria História, que, preferencialmente no longo prazo, aponta as fragilidades, expõe os excessos, exibe as lacunas, denuncia as ideologias, resgatando a ideia de um sentido para a História, totalmente descolada de seu corolário teleológico, tornada possível pelo colapso das ideologias hegemonizantes e dos finalismos utópicos.