Considerado um texto clássico da cultura brasileira recoloca em discussão aquele que é apontado por muitos como o legado de Rui Barbosa às novas gerações. Com a saúde debilitada, o jurista aproveitou o convite para ser paraninfo dos formandos da turma de 1920 da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco e fez um balanço de suas atividades como advogado, jornalista e ativo participante na vida pública brasileira: combateu a escravidão, lutou pelo fim da Monarquia e a proclamação da República, foi quatros vezes candidato derrotado à Presidência, e representou o Brasil na célebre Conferência de Haia, na Holanda. Discutindo valores, posturas, princípios, o discurso torna-se ainda mais atual ao abordar a ética e conclamar pela justa aplicação da lei: o direito dos mais miseráveis dos homens, o direito do mendigo, do escravo, do criminoso, não é menos sagrado, perante a justiça, que o do mais alto dos poderes. Antes, com os mais miseráveis é que a justiça deve ser mais atenta.