Nestes contos, Monterroso recorre a fábulas, alegorias e ao fantástico, constrói histórias aparentemente simpes para sintetizar sistemas de opressão e discriminação, neuroses contemporâneas e questões filosóficas. Em Um em cada três, solidão e ânsia por atenção encontram uma solução digna das atuais redes sociais, e com monetização; O eclipse expõe os pés de barro da colonização em pouco mais de meia página; Sinfonia acabada reúne periferia cultural e os limites da superação artística; Leopoldo e seus trabalhos e Primeira-Dama mostram visões e deturpações do trabalho artístico.Contudo, talvez o que melhor represente sua obra seja o exíguo conto O dinossauro, um achado da concisão formal, inversamente proporcional às possíveis interpretações que engendra, e que há décadas seduz leitores e críticos.