O Brasil espera há duzentos anos por este livro. Em meio a tudo o que faltou e ainda falta para consumar a independência plena do país, inaugurada no plano político formal em 1822 pelo grito do Ipiranga, a consciência de nossos direitos linguísticos é talvez a falha mais importante no campo cultural, além de ser uma das mais evidentes no dia a dia da população. Esta Gramática de Vieira e Faraco se debruça sobre a língua majoritária que se escreve no Brasil da vida real, isto é, a língua brasileira ou portuguesa brasileira, conforme a preferência do freguês, embora o nome não importe tanto. O que se encontra nestas páginas é uma espécie de súmula, síntese do saber acumulado ao longo de décadas em estudos sistemáticos, no campo da linguística, da sociolinguística e da gramática normativa séria, sobre um idioma estruturalmente diferente do português europeu. [...]