A poesia de Anabelle Loivos não diz meias palavras, está ali onde as mulheres aprenderam a ser sujeitos (não mais assujeitadas) do corpo, do sexo, da solidão, da memória e da própria arte que se constitui através da poesia. Seu livro Pura, puxa, puta: poesia!, entremeado de cenas atravessadas de humor e de alguma melancolia, lembram e se inscrevem na nossa pequena tradição feminina de poetas-mulheres da língua portuguesa: Gilka Machado, Florbela Espanca, Cora Coralina, Adélia Prado, Adília Lopes. Com algumas diferenças, é claro. Anabelle está em 2019 e ainda que isso signifique muito retrocesso no Brasil e pode confrontar lírica e pedagogicamente o poder falocêntrico de que se constitui o masculino que só se compreende possuidor das totalidades, das certezas e dos símbolos de dominação e colonização. Neste sentido, sua escrita é pura Ensinança porque tem fome de justiça e se constitui pela tenacidade de ser capaz de articular brados inclusive em [...]