Comercial de margarina ou a vida como ela é? Chove/na cozinha/na mesa posta/na família reunida O limite entre existir ou transitar pela vida nos assalta na narrativa de um aparente cotidiano familiar em Blow me up, num desfile de vozes que evocam solidão, impotência e desencontros. Em que medida corresponder às expectativas alheias e construir-se nas relações aniquila nossos desejos mais íntimos? Somos todos homens-bomba na ânsia desesperada pela completude e pela necessidade de corresponder ao outro, de nos encaixarmos nos padrões estabelecidos, de aderirmos ao status quo vigente! A vida que não cabe no limite de uma existência, pautada por convenções ou formalidades Por outro lado, no ambiente árido delineado pelo contorno dessas figuras que resvalam entre o desejo e a impotência, a perspectiva em Blow me up surge da criança-ovo, que nos aponta, se não uma solução, talvez um outro caminho de percepção: o mundo parado ao seu redor/você parado ao redor do mundo/(...)