Márcio-André reúne neste livro escritos, ensaios, crônicas e entrevistas, incluindo a narrativa detalhada de seu recital de poesia na cidade fantasma de Pripyat, em Chernobyl. Os textos debatem questões como leitura, tecnologia, identidade, a cidade e o papel do escritor. Através do princípio da contaminação radioativa e de uma vivência do absurdo, o autor propõe as delimitações de uma didática livre e sugere, através de reflexões em torno da literatura e da arte, as noções de uma realidade anti-institucional, anti-moralista e anti-estetizante, em prol de uma vida permeada pela obra de arte, em que arte e vida só são correspondentes e possíveis se partindo de dentro delas mesmas, nunca de dicotomias racionalizantes, como as tradicionais noções de subjetividade e objetividade, ficção e realidade. Poéticos, irônicos e por vezes polêmicos, estes ensaios radioativos contaminam pela leveza e profundidade - propondo um pensar através das coisas.