Um dia, Navie percebeu que estava carregando o peso de uma segunda pessoa. Um duplo que ela teve de eliminar para sobreviver.Navie estava doente. Tinha obesidade mórbida e sofria todos os dias com um sorriso no rosto. Aceitar-se é sempre difícil, mas, para Navie, amar a si mesma era como amar um reflexo de seu sofrimento. Ela tinha um duplo, carregava o peso de uma segunda pessoa de quem ela tentou fugir, tentou amar e finalmente matar. Mas como você se mata sem morrer? Este é um testemunho raro e forte de uma luta que por vezes travamos com nós mesmos.Se você já teve medo do olhar dos outros, se já comeu para se sentir melhor, se faz qualquer coisa para que gostem de você, se já se calou ainda que quisesse gritar, se já se enganou dizendo que está tudo bem ainda que por dentro o Titanic estivesse afundando, se já se viu no espelho e desprezou o que via, se já se tratou como burra, idiota, se ama sexo e piadas embaraçosas, se nunca encarou seu reflexo e disse: eu te amo?Este livro é para você. Excesso de peso envolve todo mundo, que seja no corpo ou no coração. É impossível não ser tocado por esta leitura, porque está claro que Navie jogou nestas páginas toda a sua frustração e incerteza, como se o processo criativo tivesse sido para ela uma maneira de exorcizar seus demônios. O trabalho resultante é sempre doloroso, destemido e sincero.BoDoi Duplo eu é uma marcante catarse gráfica que causa, em quem a lê, a dor profunda de uma pessoa obesa durante sua jornada rumo à autoaceitação. Há de que admirar as autoras por terem a coragem de compartilhar essa confissão.BDGestPara todos aqueles e aquelas que querem tomar este caminho para se aceitarem, para melhorar, para se ver de forma diferente, esta bela graphic novel permanecerá como um depoimento positivo no qual se apoiar ao decidir mudar...Sens Critique