Ela poderia estar brilhando entre Claudia Cardinale, Sophia Loren e Gina Lollobrigida, pois talento e beleza não lhe faltavam e continua não lhe faltando até os dias de hoje. Mas, para felicidade nossa, a italianinha Rossana Ghessa escolheu o Brasil para amar e fazer muito sucesso. Adesso Rossana! Chegou ao Brasil ainda menininha e iniciou sua homérica carreira artística aos 17 anos, como modelo, depois de ganhar um concurso de beleza, e só não seguiu tal carreira, porque o cinema falou mais alto. Ainda bem. Ao lado dessa incrível e criativa figura humana/atriz, tive a honra de contracenar em vários filmes, todos inesquecíveis. Cheguei mesmo a gostar muito dela como mulher, lá pelos anos 70, mas não rolou, por conta de sua determinada personalidade, que prioriza a seriedade familiar, antes de tudo, item que naquela época jovial e aventureira não me dizia muito. Enfim. Rossana, até hoje, continua minha queridíssima amiga. Trabalhou no meu filme “Só pelo amor vale a vida”, obra baseada na vida do músico, maestro e compositor Tico-tico-no-fubá, Zequinha de Abreu, cabendo-lhe o protagonismo de ser sua esposa, a Durvalina, trabalho, aliás, do mais alto nível profissional e interpretativo. Falar dessa diva/musa é tentar se infiltrar em seu âmago de atriz femeal, traduzindo o que mais pode resplandecer numa veterana excelsa atriz. Ela perfaz e representa há mais de 50 anos o começo, o meio e a fertilíssima continuidade do cinema nacional contemporâneo. Uma deusa! Carlo Mossy