“O salão de Wurtemberg”, terceiro romance e Pascal Quignard, conta uma história de amor e amizade, faz um inventário de memórias e desvenda um universo que o autor conhece como ninguém. Charles Chenogne, músico famoso, retira-se para sua propriedade no condado de Wurtemberg para escrever um livro. Nesse processo irá descobrir que a pedra fundamental de sua existência foi sua amizade com Florent Seinecé. Quando Charles encontra Florent pela primeira vez, na casa de Madame Loudier vê, numa cômoda, um bibelô: um sátiro perseguindo uma ninfa. Anos mais tarde, atento ao mesmo objeto, percebe que era outra a imagem: Eros fugindo de Psiquê. Um belo romance sobre o tempo e sua inexorabilidade, o livro está carregado das imagens que Quignard ama esmiuçar: bombons, cenouras cruas – sentimentos misturados à comida – a música, referências históricas que jamais são casuais, um longo passeio pelas margens do Mediterrâneo e do Loire.