O trabalho de Rembrandt, mestre da pintura holandesa do século XVII, serve como pano de fundo para este intenso romance da escritora francesa Sylvie Matton. 'Eu, a puta de Rembrandt' reconstrói a trágica existência do pintor através dos olhos de Hendrickje Stoffels - sua serviçal, modelo e amante. Entre a beleza e a tristeza, é um livro cativante cujas palavras caminham diretamente para dentro das telas e da vida de Rembrandt. Aos vinte anos de idade, a sensível Hendrickje Stoffels deixa para trás o dia-a-dia miserável da pequena cidade de Bredevoort para tentar a sorte em Amsterdã. Começa a trabalhar na moradia de Rembrandt, onde chama a atenção por não ser uma criada qualquer. O seu espaço não se restringe à cozinha - durante a noite, Hendrickje divide a cama com o pintor. Ela, que não sabe ler nem escrever, torna-se amante e confidente de um dos maiores gênios de todos os tempos. Os dois dão início a uma sincera história de amor, mas esbarram em um problema sem solução; preso a um inescrupuloso contrato, o viúvo Rembrandt só poderá voltar a se casar sob o pagamento de uma grande multa. Seus cofres, no entanto, encontram-se completamente vazios. Apesar de viver como sua esposa e ter dado à luz sua filha Cornelia, Hendrickje será obrigada a manter essa relação de forma ilegítima e a continuar sendo até a morte - na definição da hipócrita e puritana sociedade holandesa da época - a puta de Rembrandt. Através do monólogo interior de Hendrickje, o leitor entra em contato com a fascinante personalidade de Rembrandt. O livro retrata a segunda metade da vida do artista, logo após a morte de sua primeira mulher e de seus filhos.