A Ressurreição de Zé Bonzim - uma profusão de lembranças de uma humanidade cheia de cor, de cheiro, de alegria e de muita vida, fosse se perpetuar nas páginas de um belo livro, escrito de forma tão vibrante, com um estilo e uma estética só encontrados em grandes mestres da nossa língua. Ele permite a comunicação de quantos viveram (e vivem) no mundo que poderia ter sido e que não foi, ao dar voz aos pobres que, por serem pobres, são estigmatizados como prostitutas, beberrões, boêmios, loucos, vadios. Graças a este amigo, belo e genial, o passado não se cala, ele está pleno de agoridade pela vibração das múltiplas falas de homens e mulheres, verdadeiros construtores dos monumentos de sua infância, da sua vida e da sua terra. O livro é a metáfora que joga com a idéia da redescoberta das coisas do mundo através de outras estórias, tão necessária para uma consciência de nós e dos outros, como fundamento de uma vida que requer solidariedade, tolerância e respeito pelo diferente.