A modernidade tirou ao idoso este lugar priviligiado, pois os conhecimentos hoje mudam constantemente, acabando este por ficar confinado a um papel secundário ou mesmo desvalorizado. Ele já não sabe tudo e por vezes já não sabe nada deste mundo em mudança constante. Se por um lado vive mais tempo com maior saúde e pode em muitos casos ter uma pós-reforma muito agradável, por outra a falta de saúde, a dependência provoca muitas angústias, onde cada um se projeta neste sentimento insuportável da morte que se aproxima e da vida que chega ao fim. Valoriza-se a juventude e cada um tenta recuar as portas do envelhecimento com tudo o que tem à sua disposição para rejuvenescer. A institucionalização é sempre um momento difícil, mais para uns do que para outros, pois o sentimento de perda é variável em função do sujeito, da sua história de vida e da sua capacidade a fazer face ao luto. Mas deixar a sua casa pode ser um momento de crise, com a perda do seu território, com o sentimento de abandono dos seus familares que o deixaram em " casa alheia ". Quer para os pais, quer para os filhos é um momento difícil.