As lições dadas aos povos do passado, se não registradas nas páginas da História, jamais seriam resgatadas para o conhecimento das gerações futuras. Mesmo aquelas que foram total ou parcialmente registradas não poderiam ser atualizadas para outros tempos pelos seus próprios autores. Pelo menos assim sempre se pensou, conforme os preceitos cartesianos. Contudo, com o advento do espiritismo, surgem as abordagens que permitem uma maior amplitude da percepção de que somos todos cidadãos cósmicos no exercício de uma vida plena e eterna, que se expressa através de muitas vidas transitórias. Quando percebemos isso, tornamos possível para o nosso próprio espírito lidar com o trânsito espiritual por entre as épocas do passado que se esforçam por convergir para o presente no sentido de compor o entendimento necessário diante da vida e essas aparentes impossibilidades deixam de existir. Se os que viveram no passado ainda existem como entidades pensantes, é plausível que possam, desde que queiram e que para isso tenham a devida condição, manter algum tipo de comunicação com o presente — através de processos mediúnicos e de outros procedimentos comuns à mente espiritual de qualquer ser pensante — resgatando e/ou atualizando os esclarecimentos filosóficos semeados no passado. Este livro apresenta alguns painéis desse processo de atualização das lições dadas no passado da história grega, cujo teor de verdade e beleza se expressa até os dias de hoje, já que compostos dos valore eternos que movem a alma ao longo da evolução cósmica. Sob os céus da Grécia, outrora, três poderosos focos de sabedoria — Sócrates, Platão e Aristóteles — tutelaram o nascimento da civilização ocidental. Neste momento de um novo salto de mentalidade, no marco divisório de duas eras, novamente esses Irmãos Mais Velhos da raça humana se apresentam. Na terra que abrigará o foco da nova civilização, como outrora a Grécia. E através do sensitivo Jan Val Ellan – que já canalizou mensagens de relevantes instrutores, em diversas obras – vêm entreabrir à mente humana os horizontes ilimitados que aguardam a civilização aquariana. Abordando a cidadania planetária e cósmica, o universalismo, as práticas políticas contemporâneas, elementos para repensar o processo político terrestre futuro, e a reencarnação iminente da grande leva de espíritos – como esses três filósofos – que virá transformar radicalmente a sociedade terrena. Os grandes parâmetros dessa nova comunidade planetária são delineados nestes diálogos, onde o leitor encontrará a mesma irretorquível lucidez e a atmosfera de serena beleza dos Diálogos platônicos, registrando as idéias socráticas. O verdadeiro conhecimento de si mesmo — defendia Sócrates — implicava necessariamente a noção das próprias faltas e fragilidades. Segundo a sua concepção ímpar, a verdadeira sabedoria consistia em perceber e admitir a própria ignorância, dominar as opiniões que normalmente são impulsionadas pelo orgulho intelectual, substituir os conceitos equivocados, abrindo, assim, o espírito para que este possa atingir o verdadeiro conhecimento. O pensar que se sabe e o orgulho intelectual decorrente dessa postura é responsável por grande parte das tragédias humanas. Afinal, a ignorância já é a própria tragédia humana. Infelizmente, foi a ignorância das épocas que, travestida pelo poder temporal submetido ao seu império, produziu incontáveis tragédias a quem por ela não se permite dominar.