Em um cenário protagonizado no mundo digital, diversos tipos de dispositivos se tornaram ferramentas vitais para o registro de eventos e notícias, usados pela sociedade, inclusive a brasileira, para o compartilhamento de informações e para promoverem um maior grau de participação e engajamento em questões de interesse público. Esta contribuição torna-se mais evidente com o uso de redes sociais e plataformas de consulta pública na rede, representativas de uma esfera pública conectada e com potencial democrático significativo. Pretende-se, nesta obra, observando o engajamento político-democrático na esfera pública on-line, investigar o potencial e os limites deste novo espaço na busca pela compreensão da efetiva eficácia em se permitir que o povo tenha mais voz e ferramentas de mobilização e pressão à sua disposição, mas também, no vetor oposto, que o sistema político busque maior legitimidade e transparência perante a sociedade por meio de ferramentas digitais. A discussão empreendida por Eduardo Magrani neste livro nos remete à crise de representação política que o país enfrenta. A representação política clássica, isto é, a delegação de poderes àqueles que falam em nome do eleitor, esgotou-se. Hoje ninguém representa mais ninguém. Ninguém se sente representado. Os movimentos de rua de 2013 o demonstraram com precisão. Nesse momento, começam a se fortalecer as formas de democracia digital, contato mais direto entre governantes e governados, através de orçamentos participativos e consultas populares, principalmente. O que nos reserva o futuro, num contexto cada vez mais digital? Uma democracia mais saudável e legítima, com transparência e maior participação dos cidadãos? Ou uma democracia regulada e controlada pelos ocupantes do poder? Este livro lida com estas importantes questões.