Apesar da falta de reconhecimento profissional por parte dos seus contemporâneos, Vincent Van Gogh desenvolveu uma idéia artística própria, alcançando uma vasta obra só tardiamente reconhecida e de inestimável valor na atualidade. Sua enfermidade, bem como a influência desta em sua obra, tem sido objetivo de numerosas investigações e especulações, desafiando a medicina mais de 150 anos após o seu nascimento. Suas cartas autobiográficas e o diagnóstico de seus médicos confirmam o fato de que ele apresentou sintomas físicos e psicopatológicos, especialmente nos seus últimos anos. A patografia de van Gogh é facilitada por suas cartas, cuidadosamente ordenadas por Johanna van Gogh-Bonger, a esposa de seu irmão Theo. Neste texto, não existe a ambição de trazer contribuições científicas sobre a possível doença ou renovar a interpretação de algum aspecto de sua obra, são apresentados apenas o resumo do material colhido nas publicações citadas na bibliografia. Ao final, constata-se que a admissão em um hospital nos dias atuais de um gênio como Vincent van Gogh seria um desafio semelhante ao que enfrentaram os médicos do século XIX.