O livro Reflexões sobre o absurdo: o corpo-cabelo e seus objetos de (in)definição, apresenta compreensões sobre corpo através da perspectiva da relação, em que corpos são capazes de produzir afetos pelo viés de percepções e sensações. Fruto da pesquisa de mestrado em Arte e Cultura Visual pela Faculdade de Artes Visuais – UFG (2016 – 2018), desenvolvida pela artista Anna Behatriz Azevêdo, trata-se de discussões através de texto em que imagens, conversas e, sobretudo a performance/programa criada em 2015 intitulada Abdução para pequenas revoluções, são forças impulsionadoras para o desenvolvimento de ensaios que permeiam relato de experiência e escrita acadêmica. As ideias de absurdo, latência paradoxal do vivo (emaranhados de vida e morte), relações de dominação e submissão, fazem parte do escopo das discussões e o cabelo, seja ele na cabeça ou fora dela, constitui o elemento principal para alinhavar e deflagrar os assuntos. O livro é dividido em três capítulos: A Trança Perdida - uma força que fricciona imagem, conversa (com Ana mãe de Anna) e escrita. Em meio a memórias narradas de catar lêndeas e piolhos como ativadoras de afetos, dá abertura para questionamentos sobre ausências e violências geradas por naturalizações que ações e discursos austeros inculcam em nossos corpos. Madeixas que Gritam - relações criadas pelos gestos de coçar e raspar a cabeça, chegando à ideia de um corpo vertiginoso e cambaleante que pode se restabelecer ou não. São delineadas situações e experiências sobre e com o cabelo e a manutenção da cabeça raspada, apresentando alguns sentidos de tais relações através de imagens e relatos, em sua maior parte de artistas mulheres. Corpo-Cabelo, Anna Behatriz apresenta a performance/programa Abdução para pequenas revoluções para 12 pessoas de áreas de atuação diferentes e desenvolve diálogo com elas sobre o acontecimento da ação, elementos e gestos que a compõem. A pesquisa se revela junto a este encontro, criando perspectivas que buscam desloca