O objetivo da obra de Raphaële Miljkovitch é duplo. Por um lado, trata-se de examinar o que, na infância,e particularmente na relação com os pais, influencia o indivíduo na sua maneira de ser enquanto parceiro num casal. Como as experiências precoces orientaram o adulto na sua forma de se relacionar com o outro? Em que a relação amorosa desperta a problemática originada na infância? Quais são os procedimentos desencadeados no fenômeno de repetição? Por outro lado, trata-se de avaliar atéque ponto essa influência do passado é determinante nas modalidades relacionais do adulto. De que margem ele dispõe para se libertar do aprendizado precoce? Quais são os fatores de resiliência que autorizam certa liberdade de ação concomitante a uma autonomia em relação à sua história? Este livro interessará a pesquisadores e leitores que se importam com a função da socialização do grupo familiar, a qual depende, em grande parte, da relação filial. Pois é através da relação entre pais e filhos que se estabelecem inúmeros aprendizados. As pesquisas de Raphaële Miljkovitch confirmam a estreita relação entre a qualidade dos apegos vividos na primeira infância e a capacidade de estabelecer relações íntimas equilibradas e satisfatórias.