Sem medo da língua ou da linguagem, o Animau de Felipe Galvão ataca as feridas, dores e amores do mundo, num texto visceral de originalidade e sonoridade ímpares. A poesia de Galvão dialoga com Drummond (num "mundo imundo / e-mundo") mas também cria, recria e atualiza uma poética do nosso tempo, ecoando numa fala mais íntima a voz de uma nova geração. Com todo o aparato que a cerca: filmes e discos, amor e cansaço, creme rinse e margarina. Expondo os medos que vão bater nas vísceras - até explodirem no som silencioso da palavra que grita, escrita, em poema -, este Animau vem para ficar e para marcar presença, do pé à voz da letra.