Segunda parte da obra criada por Oesterheld, escrita e desenhada por Solano López. Grande clássico argentino de ficção científica e aventura, Héctor G. Oesterheld e Francisco Solano López reinventam o mito de Robinson Crusoé e criam um universo que nunca poderá ser esquecido. A cidade, devastada. Os poucos sobreviventes, isolados e subjugados. A invasão alienígena dos ELES havia triunfado. Triunfado? Viajando no tempo, de 1959 até o futuro pós-apocalíptico de Buenos Aires, o Eternauta e Germán voltarão a se colocar à frente da resistência armada, dispostos a oferecer a vida caso seja necessário. Mas os tempos, dentro e fora dos quadrinhos, mudaram desproporcionalmente. O golpe de Estado de 24 de março de 1976 deu início à noite mais longa e escura da Argentina contemporânea - e O Eternauta II se converteu em metáfora crua e violenta, sentida homenagem ao sangue derramado de milhares de militantes da organização Montoneros e de outros grupos de esquerda torturados e assassinados, vítimas da Triple A e da Junta Militar.Continuação de O Eternauta, esta segunda história de Juan Salvo lança luz sobre um período que deixou muitas feridas abertas e um incessante apelo por justiça. Serializado entre 1976 e 1978, O Eternauta II marcou a fogo a história dos quadrinhos argentinos e também a de seus autores, Héctor Germán Oesterhelde Francisco Solano López. Oesterheld, comprometido militante dos Montoneros, escreveu esta obra na clandestinidade, depois do sequestro e do assassinato de suas filhas e da apropriação de dois de seus netos pelo governo, e antes de ser sequestrado pelas forças-tarefa da ditadura. Ele foi torturado e assassinado. Seus restos mortais - assim como os de muitos outros desaparecidos - nunca foram encontrados. Solano López, por sua vez, precisou se exilar na Espanha para salvar a vida de seu filho e poder terminar o trabalho. É possível tanta dor se transformar em um canto à vida? Sim, é. Mas pagando um preço. O mais alto.