A palavra bruzundanga remete a palavreado confuso, algaravia, mixórdia, barafunda, ninharia, coisa de pouca serventia. É a partir dessa brincadeira que Lima Barreto coloca a nu a elite medíocre da Primeira República, criando um país fictício, Bruzundanga, na primeira metade do século XX, onda há problemas sociais, econômicos e culturais, excessiva concentração de renda por uma elite e a corrupção, o nepotismo e o racismo prevalecem. Publicado postumamente, este livro é o diário de viagem de um brasileiro que morou uns tempos em Bruzundanga, uma jovem república que lutava num ambiente de decadência da escravatura, embora ainda persistisse o predomínio dos grupos de fazendeiros. Os Bruzundangas é um livro que merece um lugar de honra na estante do leitor, permanecendo atual e mostrando que pouco mudou um século depois de ser escrito.