O curso de pós-graduação oferece ao aluno a possibilidade de desenvolver suas habilidades e seus conhecimentos dentro de uma determinada área, com vistas a desempenhar melhor sua profissão ou sua vocação de professor. Não raramente estas duas vertentes são contempladas, propiciando ao profissional uma posição de destaque na comunidade e entre seus pares.As exigências durante o curso quanto a participação de aulas teóricas e práticas, de horas e horas em estudos aprofundados, atingem seu mais elevado grau quando entra o professor de Metodologia Científica. Não existe ninguém mais chato e mais exigente do que este personagem. Quando falo em personagem, falo por experiência própria, pois sou professor de pós-graduação em Neurologia e Metodologia Científica. São duas pessoas numa só! O personagem vivido pelo professor de Neurologia é alegre, risonho, extrovertido, feliz e ... AMADO. Ao terminar seus cursos, freqüentemente é rodeado por alunos(as) interessadíssimos em discutir um caso neurológico, cujo diagnóstico permanece uma incógnita apesar de já ter sido avaliado pelos mais renomados neuropediatras do país.O segundo personagem, professor de Metodologia Científica, é muito diferente! Taciturno, com cara de bravo, crítico, exigente e ... chato, muito chato. Na maioria das vezes, ao final da aula, está ele solitário e sem ter com quem falar. Raros são os alunos(as) que suportam ficar até o final. Porque isto ocorre? Se é a mesma pessoa, então, porque esta diferença no comportamento?Não é difícil de explicar. Basta que se entenda que para a obtenção do título de pós-graduação, seja ele de mestre, doutor ou especialista, é obrigatório a realização de uma tese ou monografia. Isto é, o aluno tem que pesquisar e depois escrever. Está aí a questão! Como aprender coisa tão complexa em tempo tão reduzido! Com esta convicção, resolvi escrever este livro, que longe de querer discutir a filosofia da metodologia de ensino, trará ao(à) aluno(a) de pós-graduação bases mínimas de estruturação do artigo científico, para que seu trabalho de pesquisa possa ser publicado e lido por outros fonoaudiólogos(as). De nada adianta fazer uma monografia nos moldes antigos, com capa dura, de cor preta e letras douradas, se eles são colocados numa estante, na instituição de ensino, sem que ninguém saiba da sua existência! Não existe nada mais triste do que ter seu estudo esquecido numa estante qualquer, depois do enorme trabalho e das horas a fio que consumiu. Só estará completa a pesquisa, se ela for publicada! E lida! E ... criticada (as críticas sempre existirão)!Aproveite bem a leitura deste livro, aproveite as dicas de como escrever um artigo científico, pois isso determinará grande chance dele ser aceito para publicação, possivelmente numa revista indexada.Boa sorte!