Comunicativa, pulsante, de alta voltagem afetiva, a poesia de Nanda Barreto convoca ao movimento, à ação, com uma singular força dramática. Como se de pé e braço erguido na praça a praça de Maio e de suas mães, a praça em que nos reunimos para perguntar quem mandou matar Marielle , a poeta anuncia o levante, em uma dicção que fala a língua do agora, com registros atravessados pelos humores e os discursos das redes. Encarando as crises sociais que atravessam desde relações íntimas às tragédias mais públicas do presente, agora posso dizer SIM sabe que a reivindicação política e poética de um cotidiano mais pleno, a fruição do desejo e da vida, a construção do futuro, nada disso está separado da necessidade de resistir ao que diminui e aniquila e vice-versa.