Trabalho e Identidades às Avessas: os desafios do Serviço Social em uma mineradora na Amazônia paraense discute as representações e identidades profissionais das assistentes sociais que atuam em uma empresa de mineração, que exerce forte influência na região amazônica e no estado do Pará, à qual dou o nome fictício de Mineradora S.A. A análise tem como categorias centrais o trabalho, na perspectiva de Marx, e as ideologias, na concepção de Gramsci, sob o contexto da crise de reestruturação produtiva capitalista e das técnicas toyotistas de gestão e organização do trabalho, marcadas por um forte conteúdo ideológico e pelo aprofundamento dos mecanismos de alienação e transformação da subjetividade dos trabalhadores. Nesse contexto as mudanças estruturais na divisão do trabalho repercutem sobre o Serviço Social, modificando o lugar e o significado social da profissão nas empresas, arraigadas por contradições que contribuem para a criação de identidades profissionais às avessas, visto que contrariam os valores e princípios críticos do projeto ético-político (PEP), de cunho progressista, consolidado na década de 90. Considerando as expressões da questão social na região amazônica, que se acirram no contexto de avanço da barbárie e do conservadorismo de extrema direita no Brasil, refletir e propor novas mediações para a construção de representações e identidades profissionais autodeterminadas são tarefas inadiáveis e imprescindíveis para o enfrentamento dos desafios e das condições adversas que se impõem à prática cotidiana e à efetivação do PEP do Serviço Social, não apenas no campo de atuação pesquisado, já que as contradições analisadas nesta obra possuem determinações materiais e históricas, inerentes ao modo de produção capitalista. Nos termos de Gramsci, o primeiro passo dessa jornada é um conhece-te a ti mesmo, que não é tarefa simples mas é necessária para que reconheçamos nosso lugar e lutemos pela posição que ocupamos no emaranhado das relações sociais de [...]