Romancista de renome, a autora volta a surpreender ao escrever, com emoção e conhecimento, sobre Cruz e Sousa, um dos poetas mais singulares da literatura brasileira. Em seu novo livro, ela também enfrenta, com rara sensibilidade, as questões fundamentais que atormentaram o poeta tanto na vida quanto na obra: a pele negra numa sociedade racista, o desequilíbrio mental de sua mulher e a necessidade de reconhecimento artístico. Em muitos trechos, a lucidez da escrita provoca a mesma vertigem com que Cruz e Sousa impactava os leitores. Neste romance, Margarida Patriota confirma a opinião de Moacyr Scliar: "Os personagens por ela criados são mais do que autênticos, são paradigmáticos". No texto de apresentação, o cineasta e escritor Sylvio Back observa que, "com tônus de prosa poética, enleada pelos interstícios do onírico poemário de Cruz e Sousa, assoma uma holografia incandescente, emotiva, livre de afetação e de vulgaridade. É o mito renovado, reencetado, e sempre nascituro de um Cruz e Sousa ("o Assinalado de casta espúria") cujos versos conflagraram quase todos os nossos grandes poetas da primeira metade do século XX, como assevera Mário de Andrade".