Seu ambiente de trabalho pode ser uma selva, mas você não precisa matar para sobreviver. A concorrência está acirrada, as metas do mês parecem inalcançáveis e, para completar, os boatos mais fortes na rádio corredor dão conta de que tem reengenharia (tradução: corte de pessoal) a caminho. Ninguém dá um passo no escritório sem vasculhar embaixo da mesa para ver se há alguém à espreita, pronto para puxar o tapete. Nas reuniões da diretoria, a atmosfera é tão carregada que seria possível até cortá-la com uma faca o que só não acontece porque a copeira foi demitida na semana anterior e ninguém sabe onde ela guardou os talheres. Descontados os exageros, é este o ambiente de trabalho em que muita gente vive. Ou melhor, sobrevive. Os relacionamentos são diretamente afetados, e o processo logo descamba para a competitividade exacerbada, voraz. O mais grave é saber que tanta tensão e estresse extrapolam as salas dos executivos e invadem, por tabela, também seus lares e suas comunidades. Antes de agendar seu próximo enfarte ou trocar de antidepressivo, fique sabendo que é possível ser um gestor ou executivo de sucesso sem ter de participar dessa roda-viva. Em Contrate preguiçosos, Eduardo Cupaiolo entrega o que o subtítulo promete: orientações e conselhos simples, objetivos alguns deles nada ortodoxos, a começar pelo do título para humanizar e potencializar as relações no espaço corporativo. Numa compilação de textos leves, descontraídos, bem-humorados mas nem por isso superficiais, pelo contrário , o autor alia a vasta experiência como consultor de grandes corporações brasileiras e multinacionais com a habilidade de palestrante para sugerir uma atitude mais positiva e um novo modelo de gestão organizacional, em que gente vale mais que qualquer patrimônio.