"Morro, mas meu desenho fica". A frase de Henfil não era apenas mais uma brincadeira: o genial humorista, morto precocemente pela Aids contraída em transfusão de sangue (era hemofílico), permaneceu em seus desenhos. As histórias dos dois fradinhos, criadas há mais de vinte anos, continuam atuais. Irreverentes, irônicas, às vezes sangrentas e agressivas (sicks, como as classificaram os norte-americanos que se recusaram a aceitá-las) elas retratam, infelizmente, um país que ainda assassina a lucidez e a independência e premia o corrupto, o incompetente, o que se curva e se vende.