Existem histórias que marcam a trajetória de uma época e oferecem conteúdos profundos que permanecem ao longo do tempo. Uma dessas histórias é a do filósofo francês Emmanuel Mounier (1905-1950) que, com apenas vinte e cinco anos, decide abandonar a carreira universitária para dar vida, com um grupo de amigos, a um projeto cultural a revista Ésprit que será um ponto de referência para gerações inteiras. Numa época a dos anos 30 do século passado caracterizada pelo advento daqueles totalitarismos que assolaram o Ocidente durante cerca de vinte anos, Mounier elaborou uma filosofia de inspiração cristã, capaz de oferecer ferramentas críticas a todos aqueles que não aceitaram se adaptar ao sistema. Nas páginas da revista Ésprit, Mounier e os seus colaboradores, ditaram as linhas programáticas de um percurso cultural que não prescindiu de colocar no centro a dignidade da pessoa e, deste ponto de vista privilegiado, analisar todos os aspectos da sociedade colocados à prova pelos (...)