O livro é fruto de uma pesquisa criteriosa no qual o autor se cercou dos cuidados e rigor metodológico para falar de um tema que parece não ter eco nos Programa Plurianuais dos governos do Maranhão: Políticas de leitura e políticas de bibliotecas. A realidade apresentada por Carlos Wellington Martins indica como este Estado mantém-se nos últimos patamares das escalas que discutem e avaliam políticas públicas. O Programa Arca das Letras criado em 2003 implantou mais de 8.743 arcas em todo o Brasil e formou 15 mil agentes de leitura. É um dado considerado baixo quando se leva em conta as dimensões continentais deste País. Mas os esforços empreendidos pelos estados para ampliar o programa são visíveis, quando se observa que no Ceará foram implantados 961 e no Rio Grande do Norte 674. No Maranhão, porém, foram implantados apenas 447 Arcas das Letras conforme dados apresentados pelo autor. Fato que não nos surpreende haja vista o pouco investimento feito pelos governos do Estado na implementação de bibliotecas públicas e escolares. O livro reflete a preocupação do autor em apresentar indicadores culturais que contribuem para pensar a realidade maranhense e ajuda o leitor a pensar, refletir e se posicionar. Fato bastante marcante nesta forma de apresentar um trabalho acadêmico com forte cunho político que instiga gestores públicos, bibliotecários, professores e a sociedade a se inteirar de fatos e tomar posição. O livro de Carlos Wellington amplia nosso olhar e aguça nosso desejo de interferir para que o Maranhão possa superar o tempo das trevas e da escuridão iluminado por um sentimento de pertencimento onde bibliotecas e arcas das letras serão espaços abertos, acessíveis e disponíveis para todos os maranhenses.