Os riscos globais são um dos problemas centrais da humanidade e desde o 11 de Setembro adquirimos uma clara consciência da vulnerabilidade das nossas sociedades, muitos desastres ecológicos eram um facto adquirido e outros surgiram na nossa vida, como as alterações climáticas ou os desastres sociais provocados pela crise económica. No entanto, diversos acontecimentos recentes, como as catástrofes no Japão ou a instabilidade no sul do Mediterrâneo, fazem-nos sentir que estamos mergulhados numa cadeia de riscos difíceis de controlar. Não é arriscado prever que, neste contexto, as nossas principais discussões futuras vão girar em torno da questão de como valorizamos os riscos e que condutas recomendamos em consequência disso. O confronto político gira actualmente em torno das probabilidades de perigo e da agenda dos riscos. Este debate agudizou-se depois de a questão dos riscos globais ter irrompido nas agendas políticas. As alterações climáticas, as novas ameaças à segurança, os riscos sanitários e alimentares, as crises financeiras colocam, desde logo, um desafio à nossa conceptualização desses futuros incertos. Como podemos conhecer o risco possível? Como actuar em relação aos riscos, que não são factos comprováveis, mas apenas possibilidades latentes de controversa identificação? Como ter em conta o improvável? Através dos contributos de peritos internacionalmente reconhecidos, esta obra apresenta uma nova reflexão acerca dos princípios de prevenção, precaução, responsabilidade e antecipação. As principais ameaças da humanidade exigemque se avance para a governança global, horizonte que devemos procurar atingir com as nossas melhores energias.