A relevância da obra deve-se principalmente à atualidade do tema. A progressividade do imposto de renda atinge ou não seus objetivos na redistribuição de renda, no que concerne à pessoalidade e cobrança direta do tributo? Qual é a função do tributo: fazer justiça ou prover o Estado? Quais os obstáculos com que se defronta a justiça tributária para alcançar seus objetivos? Ainda que os impostos progressivos sejam, teoricamente, os que obedecem ao princípio da capacidade contributiva, uma alta carga tributária faz com que a progressividade, por si só, tenha um efeito perverso - ou seja, tributa-se cada vez mais sobre uma base cada vez menor. Os empresários disfarçam suas receitas e despesas sob o véu da pessoa jurídica, através da elisão fiscal, enquanto os contribuintes comuns ficam desestimulados a trabalhar para produzir mais ou caem na informalidade, o que afeta, em ambas as hipóteses, a economia como um todo. Assim a parcela da população com maior renda ao final paga menos imposto, pois o imposto sobre o consumo é o mesmo tanto para os ricos como para os pobres. Dessa forma, as tributações sobre a renda, o patrimônio e o consumo não devem ser consideradas, como ocorre frequentemente, substitutivas e interdependentes, mas paralelas e complementares. Maior será a eficácia na redistribuição de renda, com a aplicação do Princípio da Seletividade ou Essencialidade, já inserido na Constituição. Portanto, o objetivo deste livro é trazer ao conhecimento do público nossas ideias, estratégias e sugestões no intuito de abrir novos caminhos para a eficácia da atual legislação tributária.