O livro, além de ter uma linguagem poética que nos envolve desde as primeiras linhas, é uma grande oportunidade para todos nós, jovens, adultos e idosos, nos colocarmos diante dessa questão que nos provoca o tempo todo - Quem somos nós? - e percebermos como esse processo de relacionamento com tudo e todos que nos cercam vai se inscrevendo no nosso corpo e como esse mesmo corpo vai se moldando às novas histórias e às mudanças incessantes às quais estamos submetidos. Vivemos a época do corpo belo, jovem, forte e saudável, e, assim, o corpo que não está dentro do modelo é excluído. Vivemos a era da estética sem ética, em que a rejeição dos sem-forma é inevitável. Quem não dialoga com o próprio corpo se sente à deriva, sucumbe na crise do afastamento. Buscar uma forma sem questionar é ignorar que o corpo é um manancial de conhecimento. Ele nos dá a direção na vida.